terça-feira, agosto 28, 2007

DEBATE/PALESTRA

Viemos, através dessa, convidá-los a participar de um debate/palestra sobre: SOBRE REUNI E ENADE/SINAES , com o intuito de preparar melhor os alunos que esse ano realizarão tal avaliação e informar melhor sobre o Reuni.

DEBATE/PALESTRA
O evento acontecerá:
NO dia 29/08 ás 14hrs
LOCAL: PRÉDIO DOM PEDRO 1º,anf 100
campus REITORIA.
TEMA: ENADE/SINAES e REUNI
Realização: Coletivo Levanta ou CAE?!

REUNIÃO do Fórum Popular de Saúde (FOPS)

Amanhã É a Reunião pré-conferência Municipal de Saúde de Curitiba.
Sua Participação e de tod@s @S lutadores do POVO é importantíssima.

Será as 19h no SindSaúde.
Rua Marechal Deodoro, 314
8º andar, conjunto 801 - Edifício Tibagi, Curitiba, PR

A conferência será Sexta, Sábado e Domingo no Colégio Estadual do Paraná (ao lado do Passeio Público).

POR FAVOR PARTICIPE, é necessário desmentir certas Coisas.
Curitiba capital social? Ecológica? Americana da Cultura?
Por que investem tanto em Propaganda de linhão verde e nem um Jornalzinho sobre: A CONFERÊNCIA MUNICIPAL DE SAÚDE?

As conferências são uns dos espaços que a População tem para DECIDIR o que quer para a saúde.
O maior problema é: o povo não PARTICIPA e com isso os GESTORES decidem por nós e de acordo com seus interesses(em grande parte das vezes).

Temos que ter clareza que temos como MUDAR as nossas Condições de vida e que CURITIBA infelizmente não é como aparece nas propagandas.

Veja as Teses do FOPS aqui! e para ver o regulamento aqui!

"Eu só peço a Deus / Que a injustiça não me seja indiferente / Pois não posso dar a outra face / Se já fui machucado brutalmente" | Mercedes Sosa

domingo, agosto 19, 2007

POR FAVOR PARTICIPE, é necessário desmentir certas Coisas.
Curitiba capital social? Ecológica? Americana da Cultura?
Por que investem tanto em Propaganda de linhão verde e nem um Jornalzinho sobre: A CONFERÊNCIA MUNICIPAL DE SAÚDE?

As conferências são uns dos espaços que a População tem para DECIDIR o que quer para a saúde. O maior problema é: o povo não PARTICIPA e com isso os GESTORES decidem por nós e de acordo com seus interesses(em grande parte das vezes).

Temos que ter clareza que temos como MUDAR as nossas Condições de vida e que CURITIBA infelizmente não é como aparece nas propagandas.

Participe da conferência ao menos como observador:
As inscrições serão realizadas em 24/08/2007, das 08:00 as 12:00, no Edifício Laucas, sito à Rua Francisco Torres, 830 esquina com a Avenida Sete de Setembro, no Auditório - Convenções.

Leia o Regulamento, venha conversar conosco. Aperte aqui para ver o Regulamento e o Regimento! Precisamos construir uma Saúde diferente.

Aqui(aperta) você nossas Teses para ajudar a Subsidiaras análises e as intervenções na Conferência.

Segue alguns dados para exemplificar o que precisa mudar:

Tempo aproximado de espera para consultas com especialista no no HC (em 15/08/2007):

Oftalmologia: 14 meses

Nutrição: 25 meses

Reumatologia: 18 meses

Endocrinologia: 8 meses

Gastrologia: 7 meses

Nefrologia: 8 meses

para ver na Integra APERTE AQUI.

Nossas Teses Aqui!

Apareeeeça. É importantíssimo.

Convite:

REUNI. Você sabe o que é isso?
Palestra com o Prof. Luís Allan,
dia 23/08 (quinta), no auditório
rosa do campus Jd. Botânico,
às 17h e 30 min.


Dentro de nossa universidade já se discute a adesão da UFPR a esse decreto presidencial, mas antes de qualquer escolha precisamos entender do que tal documento se trata e qual seu mecanismo de funcionamento, assim convidamos a todos, estudantes e professores, para participarem da palestra sobre o REUNI que se realizará dia 23/08.
APAREEEÇA e Traga seus/suas Professores(as)

Para ler o texto sobre o Reuni e Ver o Decreto Clique aqui!

terça-feira, agosto 14, 2007

CHurrasco do Calouro de Farmácia

Churrasco do Calouro de Farmácia!!!

Quando? Dia 25/08 (sábado), a partir das 11h.
Onde? Chácara das Araucárias.
Endereço: Rua Theodoro Makiolka, 3950, Barreirinha (muito fácil de chegar, passam vários ônibus por perto)
Quanto? O preço de sempre, R$ 15,00.
Ingressos? ANTECIPADOS com qualquer pessoa do CAF. Cerveja, comida boa, muito música, forró e gente bonita!
*Não esqueça de levar sua caneca.

ParaVisualizar o MAPA e aqui a ROTA(passo a passo da XV de Novembro, é bem pertinho)

xD

sexta-feira, agosto 03, 2007

SEMINÁRIO SOBRE O PLEBISCITO POPULAR

SEMINÁRIO SOBRE O PLEBISCITO POPULAR
A VALE É NOSSA
PELA REESTATIZAÇÃO DA VALE DO RIO DOCE
DIA 04 DE AGOSTO - 2º ANDAR DA FACULDADE DE DIREITO DA UFPR
PRAÇA SANTOS ANDRADE
O plebiscito sobre a Vale do Rio Doce será realizado de 1º a 7 de setembro em todo o Brasil, trará a seguinte pergunta: "Você concorda que a Companhia Vale do Rio Doce, patrimônio construído pelo povo brasileiro, e privatizado em 1998, deve continuar nas mãos do capital privado?". Ainda, o Plebiscito Popular deve trazer outras três questões fundamentais para o nosso país: Dívida Pública, Energia Elétrica e Reforma da Previdência.
É importante ressaltar que existe a possibilidade real de a Comanhia Vale do Rio Doce ser reestatizada, tendo em vista a existência de inúmeras ações que questionam a legalidade do leilão. O plebiscito tem, portanto, a importância de pressionar o Poder Judiciário a anular (na verdade, declarar a nulidade, o que acarreta consequências mais sérias) este que foi um grave atentado contra a soberania do País.
Para que o Plebiscito aconteça, é fundamental que sejam realizadas discussões sobre estes temas em seminários de formação. A Rede Popular de Estudantes de Direito do Paraná vai realizar neste próximo dia 4 de Agosto um seminário com este objetivo. Contamos com a sua presença. A programação deste seminário é a seguinte:
LOCAL: 2º Andar da Faculdade de Direito da UFPR - Praça Santos Andrade
MANHÃ - A PARTIR DAS 8h30min
AS QUATRO QUESTÕES DO PLEBISCITO POPULAR - SOBERANIA OU DEPENDÊNCIA?
Debatedores:
  • SOBRE A VALE: Eloá Cruz - Advogado no RJ, Autor de Ação Popular pedindo a nulidade do leilão da Vale.
  • SOBRE A TARIFA ENERGÉTICA: Movimento dos Atingidos por Barragens - Defensores da redução da tarifa energética.
  • SOBRE A REFORMA DA PREVIDÊNCIA: Fábio Rego de Almeida Campinho - Advogado trabalhista e previdenciário.
  • SOBRE A DÍVIDA PÚBLICA: Lafaiete dos Santos Neves - Diretor do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região.
TARDE - A PARTIR DAS 14H00
ASPECTOS JURIDICOS DA AÇÃO POPULAR PELA ANULAÇÃO DO LEILÃO DA VALE
Com o Advogado Eloá Cruz, autor da Ação Popular pela anulação do leilão.
ORGANIZAÇÃO:
REPED-PR Rede Popular de Estudantes de Direito do PR
SAJUP-UFPR - Assessoria Jurídica Universitária Popular

JOGOS PAN-AMERICANOS

Em meio à festa e ao esporte, um outro universo é escondido pela mídia sensacionalista. Os investimentos para os jogos Pan-americanos alcançaram a casa dos bilhões, gasto muito maior do que o previsto.

O governo federal investiu no primeiro semestre mais recursos nos Jogos Pan-Americanos do que em seis ministérios da área social (da Saúde, da Educação, do Desenvolvimento Agrário, da Previdência Social, do Meio Ambiente e do Desenvolvimento Social).

Os Jogos Pan-Americanos foram tratados como prioridade do país, o que significa o despejo de comunidades pobres para a construção da vila olímpica e muitos outros problemas na vida cotidiana dos moradores das favelas.

Os trabalhadores que construíam ou reformavam os estádios passaram por más condições de trabalho e as obras foram paralisadas.

As operações da Polícia Militar se intensificaram junto com a Força Nacional de Segurança e os abusos continuaram provocando humilhações na população, terror e mortes.

No Complexo do Alemão, pessoas ficaram sitiadas, presas em suas próprias casas, sem poder sair para trabalhar ou estudar. As aulas foram paralisadas e mais de meia centena de pessoas morreram vítimas, na maior parte das vezes, de “balas perdidas”.

Essa medida de opressão à população mais carente tinha como objetivos apreender drogas e armas, conter a violência e mostrar para o mundo que o Brasil tem vários métodos de repressão à população. Isso quer dizer: o Brasil tem vários métodos de matar civis, inocentes, pobres, negros, prostitutas, catadores de lixo, moradores de rua, vendedores ambulantes, guardadores de automóveis, travestis, enfim: os “indesejáveis”!

Essa “limpeza social” serviu para aumentar a segregação social e alargar o abismo que separa as classes. O Caveirão tornou-se o símbolo da política de enfrentamento nas favelas, dando origem a campanhas contra o esse símbolo medonho e contra a violência.

Os governos federal, estadual e municipal participam desse “espetáculo” de horrores, para garantir a segurança da população e dos turistas. Da mesma forma que a ocupação das tropas do exército brasileiro no Haiti serve para garantir a estabilidade social no país caribenho.

Civis morrem nos morros cariocas e mais civis morrem no Haiti por causa da política imperialista e neoliberal dos Estados Unidos, Canadá, França, que influencia o governo Lula a agir da mesma forma, com massacres, assassinatos sistemáticos e opressão.

Grandes empresas nacionais e internacionais patrocinaram o evento, uma imensa campanha publicitária o impulsionou. E empreendimentos imobiliários foram valorizados pela tamanha especulação.

O PAN não é ruim, assim como o esporte é muito importante para a sociedade. O que prejudica todo o evento são os interesses econômicos de investimentos no Rio, não beneficiando a população em geral, não promovendo o desenvolvimento urbano.

O povo explorado deve ser unir contra a repressão capitalista. Contra a militarização e o genocídio, em defesa da liberdade, da solidariedade e dos direitos humanos!

Fundações Estatais

Muito se tem comentado sobre fundações estatais de direito privado nos últimos dias. Textos, reportagens, análises das mais variadas chegam dia-a-dia nos mais variados meios de comunicação. Mas onde surgiu esse projeto? O que ele propõe? Quais são os prós e contras? Como ele interfere nas universidades públicas?

Toda história tem um começo. Talvez a história desse projeto tenha três ou mais pontos de partida...

No final de 2006, o governo emitiu uma portaria criando um grupo de trabalho (GT) para analisar a situação dos hospitais universitários no país. O relatório final desse GT conta um pouco da história dos Hospitais Universitários (HU’s), que foram criados ou federalizados em sua maior parte entre os anos 40 e 70, porque as casas filantrópicas (as Santas Casas, Casas de Misericórdia, etc.) já não suportavam a formação especializada e não tinham investimentos de porte.

Segundo esse relatório, até os anos 70, os recursos para os HU’s vinham das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES), mas as dificuldades econômicas do Brasil e as crescentes demandas levaram à criação de convênios com o antigo INAMPS – apenas previdenciários eram atendidos – mediados por fundações de apoio.

Essas fundações de apoio são instituições de direito privado, sem fins lucrativos, destinadas a apoiar projetos de ensino, pesquisa e extensão e desenvolvimento institucional e podem ser contratadas sem licitação. Em alguns casos chegou-se a adotar o atendimento de planos de saúde nos HU’s, para obtenção de mais recursos. Ainda de acordo com o relatório do GT, a partir dos anos 80, os recursos vindos do MEC para os HU’s foram diminuídos, até serem abolidos totalmente em 1990.

A partir daí o Ministério da Saúde (MS) absorveu a assistência médica da previdência. Durante anos criaram-se fórmulas para atender as necessidades dos HU’s, como índices de valorização, Fator de Incentivo ao Desenvolvimento do Ensino e Pesquisa Universitária em Saúde (FIDEPS) baseado nas Autorizações de Internação Hospitalar (AIH’s), o FIDEPS fixo e por último o contrato de gestão com custeio fixo para média complexidade. Assim ao longo dos anos, os HU’s acabaram por concentrarem-se em atividades de alta complexidade e estratégicas, formação de especialistas médicos, pesquisas clínicas integradas ao mercado mundial (seguindo as grandes indústrias farmacêuticas), formação de professores e pesquisadores e desenvolvimento de equipes multiprofissionais.

O relatório desse GT ainda aponta os problemas encontrados nos HU’s: o modelo de gestão constitui uma dificuldade, devido à falta de autonomia e ausência de mecanismos que responsabilizem a instituição por obtenção de resultados; a administração rígida e centralizada do pessoal também é vista como um entrave, pois os mecanismos de contratação, remuneração, avaliação de desempenho, incentivos e demissão são inflexíveis (direitos dos servidores públicos), o que “não assegura condições mínimas de boa governança”; há falta de mecanismos que permitam a definição de metas e resultados; também existe uma diminuição não-oficial da carga horária de 40 para 30h.

Após elencar os problemas dos HU’s, o GT afirma que as melhorias nesses hospitais nos últimos anos são fruto das fundações de apoio inseridas em suas gestões, mas essas fundações geralmente utilizam processos que estão em atrito com o Ministério Público (MP), assim o relatório aponta a criação de fundações estatais de direito privado como a solução mágica para a situação dos HU’s.

Mas o que é uma fundação estatal de direito privado?

A criação da fundação da estatal (FE) é fruto do projeto de um grupo interministerial constituído pela portaria 1642/2006.

A FE é uma modalidade de descentralização administrativa inserida na ordem pública indireta, que pode atuar nas áreas não exclusivas do estado e que não exijam o exercício do poder de autoridade (educação, assistência social, saúde, ciência e tecnologia, meio ambiente, cultura, desporto, turismo, comunicação e previdência complementar de servidores públicos) e não visa fins lucrativos.

Os defensores do projeto alegam que somente as atividades típicas do Estado necessitam de determinadas proteções, como a estabilidade do servidor. E que o exercício de atividades, das quais a iniciativa privada também se ocupa, como a saúde, não necessitam da mesma proteção de fiscalização, regulamentação e controle. O que não é dito por tais defensores é que os serviços privados devem ser complementares aos públicos, e não substitutivos. Ações, por exemplo, na área de saúde, não são exclusivas do estado, mas exigem permanente exercício do poder e autoridade estatal.

A FE vincula-se ao órgão ou entidade em cuja área de competência sua atividade estiver inserida e é fiscalizada por ele. Ela segue o regime mínimo administrativo, ou seja, mantém algumas normas de caráter público para serem aplicadas à entidade.

Para a criação de uma FE é preciso uma lei que a autorize e regulamente.

O orçamento de uma FE não está inserido na União, assim ela fica responsável por todos seus gastos. Mas uma parte dos recursos para o funcionamento da FE vem do contrato de gestão efetuado com o órgão público competente, assim, boa parte do dinheiro tem origem nos cofres públicos. Então, as principais receitas da fundação são de natureza orçamentária e pública, porém sem os controles inerentes ao trâmite orçamentário público, porque a FE não está inserida no Orçamento da União, logo ela fica livre da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

A FE também pode adquirir receitas adicionais, através da venda de serviços (que não os prestados ao poder público), aplicação de receitas no mercado financeiro, estabelecimento de convênios ou outras parcerias e pelo recebimento de doações. Nesse ponto fica claro o caráter privatista das FE’s, que utilizam os bens antes públicos para prestar serviços privados.

O regime de contratação segue o dos órgãos públicos somente no que se refere à prestação de concurso, pois os trabalhadores da FE estão submetidos à Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). Essa ausência de estabilidade é vista pelo governo como uma oportunidade para regularizar contratações, ganhar eficiência e agilidade em relação à contratação, remuneração e demissão dos empregados, mas na verdade o que se faz é criar métodos de gratificação àqueles que mais produzirem e pressionar os trabalhadores através da possibilidade de demissão, incluindo a lógica capitalista até o âmago da FE (a qual não deveria visar lucros, lembram-se?).

Como possuem um caráter social e de prestação de serviços públicos, as FE’s possuem imunidade tributária e por conseguinte não contribuem para a seguridade social. Entretanto se o regime adotado é o CLT (cobertos pelo Regime Geral da Previdência - RGP), o que justifica a não contribuição patronal?

Os bens públicos podem passar para a FE, de acordo com a lei que a regulamenta. Uma vez “pertencentes” à FE, esses bens são passíveis de penhora. Então o que pode acontecer é o governo doar esses bens, eles serem penhorados pela FE e conseqüentemente acontecer uma dilapidação do patrimônio público. Além disso, o projeto menciona que, no caso de todo o patrimônio estar penhorado, a fundação poderá socorrer-se do Governo. Mas não esclarece qual será este “socorro” que a administração pública dará nestes casos.

O ministro da saúde, em recente entrevista afirmou que as FE’s garantem os princípios do SUS. Mas a quais princípios ele se referia? O SUS garante a universalidade. Seria a universalidade garantida com a privatização da saúde? O SUS garante a integralidade e descentralização. Mas elas seriam mantidas num regime hospitalocêntrico? Vale ressaltar que quando se discute o projeto de FE, não são mencionadas unidades de saúde ou qualquer tipo de aproximação da saúde em relação à população. O SUS garante controle social. E onde se encontra esse controle nas FE’s? A direção da FE se dá pelo Conselho Curador (ou administrativo), formado pelos gestores.

A “sociedade civil” tem direito à participação no Conselho Consultivo Social, que é um órgão de caráter consultivo, subordinado diretamente ao Conselho Curador, suas principais funções são informar e orientar o Conselho Curador acerca das expectativas da sociedade com relação à FE. O Conselho Consultivo Social pode eleger um membro para representá-lo no Conselho Curador. Dentro desse “Conselho Consultivo” com certeza não se encaixa o controle social hoje mantido pelo SUS.

Segundo a Dra. Lenir, uma das articuladoras do projeto, em termos de financiamento a FE “é algo inovador, que foge da rigidez das atuais rubricas orçamentárias”. Porém aqui deve ser citado Kyioshi Harada, que afirma: “fugir das amarras da lei, a pretexto de buscar agilidade e eficiência do setor privado, é próprio de governantes não vocacionados para o exercício da função pública, incompetentes e despreparados, para dizer o mínimo.” Verifica-se a cada dia que quanto mais incompetente o governo, maior a busca por princípios e direitos privados, e acaba-se esquecendo que é missão do Estado retirar, coativamente, parcela da riqueza produzida pelo setor privado, para eficiente execução de obras públicas e prestação de serviços públicos.

A exposição de todos esses fatos nos leva a refletir sobre as motivações para apresentação de tal projeto no Congresso. Estariam os governantes empenhados em tentar melhorar a gestão pública no país? Ou estariam “seguindo” ordens?

Um fato pouco comentado pelos governistas é a existência de certo documento do Banco Mundial, que analisa a organização da saúde pública no Brasil.

Esse documento aponta os “problemas” da saúde no país. Coincidentemente os problemas apontados são os mesmos presentes no relatório do GT sobre HU’s e no projeto de implementação das FE’s. O documento ainda apresenta seis pontos corretivos para a saúde pública brasileira, os quais o Banco Mundial enfatiza que devem ser implementados em conjunto, e nunca isolados:

1. O gestor deve ter maior autonomia em relação aos recursos;

2. Deve haver mecanismos que façam o gestor se focar em objetivos precisos e resultados mensuráveis, como contratos de gestão;

3. Sincronizar e alienar o processo de planejar, administrar e gerir a informação, e orientá-los;

4. Consolidar as transferências federais e adicionar incrementos financeiros para melhoras no desempenho profissional;

5. Estabelecer sistemas cujos objetivos sejam melhorar o desempenho organizacional;

6. Consolidar e profissionalizar a capacidade gestora.

Esses pontos “corretivos” são familiares, não é? Eles são um ótimo resumo do projeto das Fundações Estatais! Em nenhum dos dois fala-se em maiores investimentos na saúde, em atendimento realmente universal ou participação social.

Analisando o relatório do GT, a proposta de projeto de lei e o documento do BM, percebemos que estão todos interligados.

O GT não foi formado para levantar os problemas dos HU’s e sugerir mudanças, ele foi usado para justificar a implementação do projeto das Fundações Estatais. Por sua vez, o projeto não buscou mudanças profundas na saúde, tratou os problemas apenas como de ordem do tipo de gestão aplicada, assim como o documento do BM sugere.

Entre os dias 12 e 14 de junho foi realizado o Conselho Nacional de Saúde (CNS), onde aconteceu um debate sobre as FE’s e duas propostas foram encaminhadas para votação:

- O CNS se posiciona contrariamente ao projeto das FE’s;

- O CNS ainda não se posiciona a respeito do projeto das FE’s e espera ser devidamente apresentado e discutido.

A primeira proposta ganhou por seis votos.

Entretanto, desconsiderando totalmente o posicionamento do CNS, o governo apresentou ao Congresso no último dia 11 o Projeto de Lei Complementar que regulamenta as Fundações Estatais de Direito Privado.

Cabe a nós agora o dever de se fazer recordar a diferença entre público e privado, ou, como disse K. Harada, “chegará um dia em que o dinheiro público será confundido com o dinheiro privado, direta ou indiretamente. É preciso que as normas de direito público e o regime de direito público voltem a ser observados com rigor pelas autoridades dos três Poderes”.