sexta-feira, agosto 03, 2007

JOGOS PAN-AMERICANOS

Em meio à festa e ao esporte, um outro universo é escondido pela mídia sensacionalista. Os investimentos para os jogos Pan-americanos alcançaram a casa dos bilhões, gasto muito maior do que o previsto.

O governo federal investiu no primeiro semestre mais recursos nos Jogos Pan-Americanos do que em seis ministérios da área social (da Saúde, da Educação, do Desenvolvimento Agrário, da Previdência Social, do Meio Ambiente e do Desenvolvimento Social).

Os Jogos Pan-Americanos foram tratados como prioridade do país, o que significa o despejo de comunidades pobres para a construção da vila olímpica e muitos outros problemas na vida cotidiana dos moradores das favelas.

Os trabalhadores que construíam ou reformavam os estádios passaram por más condições de trabalho e as obras foram paralisadas.

As operações da Polícia Militar se intensificaram junto com a Força Nacional de Segurança e os abusos continuaram provocando humilhações na população, terror e mortes.

No Complexo do Alemão, pessoas ficaram sitiadas, presas em suas próprias casas, sem poder sair para trabalhar ou estudar. As aulas foram paralisadas e mais de meia centena de pessoas morreram vítimas, na maior parte das vezes, de “balas perdidas”.

Essa medida de opressão à população mais carente tinha como objetivos apreender drogas e armas, conter a violência e mostrar para o mundo que o Brasil tem vários métodos de repressão à população. Isso quer dizer: o Brasil tem vários métodos de matar civis, inocentes, pobres, negros, prostitutas, catadores de lixo, moradores de rua, vendedores ambulantes, guardadores de automóveis, travestis, enfim: os “indesejáveis”!

Essa “limpeza social” serviu para aumentar a segregação social e alargar o abismo que separa as classes. O Caveirão tornou-se o símbolo da política de enfrentamento nas favelas, dando origem a campanhas contra o esse símbolo medonho e contra a violência.

Os governos federal, estadual e municipal participam desse “espetáculo” de horrores, para garantir a segurança da população e dos turistas. Da mesma forma que a ocupação das tropas do exército brasileiro no Haiti serve para garantir a estabilidade social no país caribenho.

Civis morrem nos morros cariocas e mais civis morrem no Haiti por causa da política imperialista e neoliberal dos Estados Unidos, Canadá, França, que influencia o governo Lula a agir da mesma forma, com massacres, assassinatos sistemáticos e opressão.

Grandes empresas nacionais e internacionais patrocinaram o evento, uma imensa campanha publicitária o impulsionou. E empreendimentos imobiliários foram valorizados pela tamanha especulação.

O PAN não é ruim, assim como o esporte é muito importante para a sociedade. O que prejudica todo o evento são os interesses econômicos de investimentos no Rio, não beneficiando a população em geral, não promovendo o desenvolvimento urbano.

O povo explorado deve ser unir contra a repressão capitalista. Contra a militarização e o genocídio, em defesa da liberdade, da solidariedade e dos direitos humanos!